O Porto de Imbituba, administrado pela SCPAR, iniciou sua 17ª temporada do Programa de Monitoramento de Cetáceos, voltado à preservação das baleias-francas no litoral sul catarinense. A operação vai de 1º de julho a 30 de novembro e contempla observações terrestres e aéreas ao longo da Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca.
Na última semana de junho, as equipes de campo participaram de treinamentos práticos e teóricos para aperfeiçoar os procedimentos de avistagem. A atividade de monitoramento será realizada diariamente por duas equipes fixas, uma com três observadores na enseada do porto e outra com dois profissionais na praia da Ribanceira.
Além das observações terrestres, o cronograma prevê três sobrevoos para censo e fotoidentificação dos mamíferos, que ajudam a mapear os grupos e identificar áreas de maior concentração das baleias.
Paralelamente, a autoridade portuária reforçará as ações do Procedimento Interno de Boas Práticas, com a distribuição de materiais educativos a bordo dos navios e alertas em caso de presença de baleias nas áreas de manobra, a fim de reduzir o risco de colisões.
“A região de Imbituba é um dos principais pontos de aproximação das baleias-francas no Brasil. É fundamental que nossas operações convivam em harmonia com a conservação desses animais”, afirma Christiano Lopes, diretor-presidente do Porto de Imbituba.
O gerente de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da autoridade portuária, Paulo Márcio de Souza, lembra que Imbituba foi a última armação baleeira a encerrar as atividades em Santa Catarina. “Temos uma dívida histórica com essas espécies. O programa é também uma forma de reconciliação com o passado, feito com muito cuidado e responsabilidade”, destaca.
Segundo Camila Amorim, oceanógrafa da SCPAR, o objetivo do programa é garantir que o desenvolvimento das atividades portuárias ocorra de maneira integrada ao meio ambiente. “A presença das baleias-francas é um patrimônio natural da nossa região, e monitorá-las é essencial para que continuem retornando ao nosso litoral todos os anos”, conclui.