Audiência Pública em São Joaquim discute Programa Estadual de Castrações

Na noite da última sexta-feira (30), o município de São Joaquim sediou uma audiência pública voltada à proteção e ao bem-estar animal. O evento, realizado na Câmara de Vereadores, integra a agenda da Comissão de Proteção, Defesa e Bem-Estar Animal da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), e reuniu lideranças políticas, entidades e ativistas da região serrana.

Esta foi a terceira audiência promovida pela comissão, que busca ouvir demandas locais e coletar sugestões que serão levadas ao 3º Fórum Estadual de Ativistas e Protetores de Animais, marcado para 22 de outubro, na Alesc. As reuniões anteriores ocorreram em Joaçaba (8/05) e Alfredo Wagner (20/05).

O deputado Marcius Machado (PL), presidente da comissão e proponente do evento, destacou a importância de levantar um panorama regional. “Queremos fazer um raio-x da situação em São Joaquim, Bom Jesus da Serra, Urubici, Rio Rufino e arredores, para criar uma carta aberta ao governador e levar os pontos discutidos à Assembleia.”

Durante a audiência, o parlamentar também destacou o programa Pet Levado a Sério, lançado pelo Governo do Estado em 30 de abril. A iniciativa prevê o investimento de R$ 18 milhões para oferecer castrações gratuitas em municípios com até 100 mil habitantes, beneficiando 281 cidades catarinenses.

“Essa ação é fundamental para uma castração de massa, que atue de forma ampla e sistêmica. Mas não basta só castrar — é preciso também investir em conscientização, apoiar protetoras e garantir a aplicação das leis de proteção animal”, ressaltou Marcius.

Desafios regionais e apoio das entidades

Representando a Acapra (Associação de Proteção dos Animais de São Joaquim), a presidente Daniela Mendonça Goulart destacou o abandono de cães e gatos como um problema grave na cidade. “É uma questão cultural e de grandes proporções. A população ainda resiste à ideia de castração, o que contribui para o acúmulo de animais nas ruas.”

Ela reforçou a importância do programa estadual, especialmente na ampliação da castração de machos. “Hoje conseguimos castrar 58 fêmeas por mês, mas isso está longe de suprir a demanda. Incluir machos nesse processo é essencial para reverter esse cenário.”

Já a presidente da Associação Patas Protegidas, de Urubici, Rosemeri Aparecida de Quadros, foi mais cautelosa quanto aos resultados imediatos do programa. “A castração é só o começo de um trabalho a longo prazo. A causa animal é complexa e envolve muito mais que controle populacional, mas é um avanço importante.”

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