Após abrir a semana em Nova Iorque com o SC Day, a comitiva catarinense liderada pelo governador Jorginho Mello seguiu para Washington, onde participou de uma rodada técnica com a International Finance Corporation (IFC) — braço do Banco Mundial especializado em modelar concessões e parcerias público-privadas (PPPs).
Na reunião, o governador apresentou três projetos considerados estratégicos para destravar os gargalos logísticos de Santa Catarina: a nova rodovia ViaMar, o Plano Ferroviário estadual e o Transporte Marítimo Público. A expectativa é que, com apoio técnico da IFC, o estado conclua ainda em 2025 as modelagens econômicas dessas iniciativas e dê início à fase de contratação em 2026.
Rodovia ViaMar: nova ligação do Norte ao Sul
Jorginho Mello destacou o papel essencial do sistema portuário catarinense, que movimentou 718,4 mil TEUs no primeiro trimestre de 2025 — cerca de 20% dos contêineres do país, número bem acima da média nacional. Segundo ele, esse desempenho reforça a urgência de novos corredores terrestres ligando o interior aos portos.
Nesse contexto, o governador detalhou a ViaMar, rodovia de 145 km que correrá paralela à BR-101, com seis faixas de rolamento e ligação direta entre Joinville e o Contorno Viário da Grande Florianópolis. Os quatro primeiros lotes — 95 km entre Joinville e Itajaí — já estão com projetos executivos em andamento desde outubro de 2024. O investimento previsto é de R$ 9 bilhões, e a execução está sendo planejada via PPP de longo prazo, com modelagem acompanhada pela IFC.
“A ViaMar trará alívio imediato para o Litoral Norte e aumentará a competitividade dos nossos portos”, afirmou o governador.
Plano Ferroviário: novo eixo entre Chapecó, Correia Pinto e litoral
Outro projeto apresentado foi o Plano Ferroviário de Santa Catarina, que concentra esforços em dois corredores:
- Chapecó a Correia Pinto (319 km) – com projeto contratado até o final de 2025;
- Ferrovia dos Portos (62 km) – entre Araquari e Navegantes, com projeto previsto para 2025.
A soma dos investimentos previstos nos dois trechos é superior a R$ 12 bilhões (US$ 2,3 bilhões) — dos quais US$ 2 bilhões são destinados ao trecho Chapecó–Correia Pinto.
Para dar segurança jurídica às futuras concessões, o governo estadual lançou em fevereiro uma consulta pública sobre a nova Lei Estadual de Ferrovias, que deve garantir ao Estado autonomia para licitar e operar trechos ferroviários, inclusive aqueles delegados pela União. A proposta deve ser enviada à Assembleia Legislativa após o período de sugestões da sociedade civil.
Transporte Marítimo nas regiões conurbadas
O terceiro pilar apresentado à IFC foi a proposta de implantação de transporte marítimo público em regiões conurbadas como a Grande Florianópolis, o Vale de Itajaí e o Norte do Estado. O objetivo é diversificar a mobilidade urbana e reduzir a pressão sobre os sistemas rodoviários.
Segundo o governador, os estudos de viabilidade técnica e econômica serão conduzidos ainda em 2025, com apoio da IFC, para identificar o melhor modelo de concessão ou PPP para operação do serviço.
Santa Catarina quer liderar logística no Sul
Com os três projetos — rodovia, ferrovia e transporte aquaviário —, Santa Catarina se posiciona para se tornar o principal hub logístico do Sul do Brasil.
“Estamos abrindo caminho para uma transformação logística no Estado. O apoio da IFC traz credibilidade internacional e atrai investidores privados para viabilizar obras que são estruturantes para o futuro de Santa Catarina”, concluiu Jorginho Mello.