Fiesc se posiciona contra indicação de Carlos Bolsonaro ao Senado por Santa Catarina

A possibilidade de o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) concorrer ao Senado por Santa Catarina em 2026 gerou reações intensas nos bastidores da política e do setor empresarial catarinense. A movimentação, que teria sido articulada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, pai do vereador, ganhou um importante contraponto nesta terça-feira (17), com o posicionamento oficial da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc).

Em nota pública, a entidade afirmou que “Santa Catarina não precisa importar candidato para representá-lo no Congresso Nacional”. O comunicado ressalta que a representatividade política do estado deve ser construída com base no mérito, no diálogo com a sociedade e na conexão real com os catarinenses — e não por imposições externas.

“A Fiesc valoriza a autonomia política do Estado, as lideranças locais e o respeito à trajetória de um Estado que nunca se curvou a projetos alheios à sua realidade”, diz outro trecho do documento.

Críticas internas ao PL e pressão sobre Jorginho Mello

A eventual candidatura de Carlos Bolsonaro enfrenta resistência inclusive dentro da ala conservadora do estado. Lideranças políticas e empresários têm demonstrado insatisfação com o que consideram uma tentativa de interferência externa nos rumos do PL catarinense. O receio é que a imposição fragilize candidaturas locais e comprometa alianças regionais.

A situação coloca o governador Jorginho Mello (PL) em uma posição delicada. Embora aliado de Bolsonaro, Mello deve equilibrar a fidelidade ao ex-presidente com a defesa da autonomia do partido em Santa Catarina. A pressão também afeta diretamente o senador Esperidião Amin (PP), potencial parceiro em uma eventual chapa majoritária, que poderia ser excluído do arranjo caso prevaleça a vontade de Bolsonaro.

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