O Hospital Governador Celso Ramos, em Florianópolis, retomou nesta semana a realização de transplantes ósseos, com uma cirurgia de reconstrução de quadril em um paciente de 62 anos. A unidade, pertencente à rede estadual de saúde, está oficialmente habilitada para realizar esse tipo de procedimento de alta complexidade.
A retomada do serviço marca um avanço importante na assistência ortopédica oferecida pelo hospital. A habilitação foi conquistada após adequações nos processos internos e cumprimento de rigorosas exigências técnicas. “A volta dessa atividade é resultado de um esforço conjunto das equipes médica e de enfermagem, que ampliam nossa capacidade de oferecer um atendimento mais resolutivo, humanizado e acessível. Além disso, reduzimos o tempo de espera e evitamos o deslocamento de pacientes para outros centros especializados”, destacou o diretor-geral da unidade, Michel Faraco.
O procedimento de transplante ósseo já havia sido realizado no hospital até 2018, mas estava suspenso desde então. “Agora, conseguimos retomar o serviço, o que é extremamente relevante para Florianópolis, pois somos referência nesse tipo de cirurgia”, afirmou o ortopedista Matheus Watthier, integrante do grupo de cirurgia de quadril da instituição.
Segundo o médico Rafael Flores Zavareze, também da equipe, o transplante foi fundamental para corrigir um defeito ósseo grave, que não poderia ser tratado com outros materiais. “Utilizamos tecido ósseo doado, fornecido pelo Banco de Tecidos Musculoesqueléticos do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), do Rio de Janeiro. Esse tipo de intervenção é indicado para pacientes com traumas severos, doenças ortopédicas graves ou que passaram por tratamentos oncológicos”, explicou.
Zavareze ainda ressaltou o impacto positivo do procedimento na qualidade de vida do paciente. “Pessoas com esse tipo de lesão sofrem com dor intensa e perda de mobilidade. O transplante permite reconstruir a estrutura óssea e recuperar a capacidade de locomoção”, acrescentou.
A cirurgia foi considerada bem-sucedida e o paciente se encontra em bom estado clínico. O hospital oferece todo o suporte pós-operatório, com cerca de três dias de internação, uso de medicamentos e orientação fisioterapêutica. A alta ocorre com retornos previamente agendados, garantindo o acompanhamento contínuo da recuperação.